CHAMADA PARA ARTIGOS.
A Editoria da Revista Cerrados, Qualis A 2, do Programa de Pós- Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB), abre chamada para artigos do Volume 25, Número 38, de 2014 intitulado: LITERATURAS LATINO-AMERICANAS CONTEMPORÂNEAS.
Data limite para envio de artigos: 07 de janeiro de 2015.
Endereço para envio : revistacerradosunb@gmail.com
Editora Chefe: Profª. Drª. Cláudia Falluh Balduino Ferreira
Oganização deste número: Profª Drª Elga Pérez-Laborde
A Editoria da Revista Cerrados, Qualis A 2, do Programa de Pós- Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB), abre chamada para artigos do Volume 25, Número 38, de 2014 intitulado: LITERATURAS LATINO-AMERICANAS CONTEMPORÂNEAS.
Data limite para envio de artigos: 07 de janeiro de 2015.
Endereço para envio : revistacerradosunb@gmail.com
Editora Chefe: Profª. Drª. Cláudia Falluh Balduino Ferreira
Oganização deste número: Profª Drª Elga Pérez-Laborde
O ano de 2014 é crucial para refletir sobre a produção
literária latino-americana e os diferentes aspectos que lhe permitiram chegar ao
nível da pós-modernidade. Trata-se de um ano propício para fazer uma pausa. Comemoram-se
aniversários, centenários, cinquentenários de escritor@s, poetas e ficcionistas
que marcaram os novos rumos nos pontos cardinais do continente, do Norte ao
Sul. Tanto da literatura brasileira quanto da hispano-americana. A própria
literatura em seus desdobramentos genéricos e teóricos nos convida a desvendar
o paradoxo de definir caminhos e expressões na indefinição, na incerteza, na
fragmentação, na heterogeneidade e na desconstrução, na multiplicidade, no
caos e na descontinuidade, da poética do
pós-moderno nessa produção prolífica e madura do século XXI.
A existência
(ainda polêmica) de uma pós-modernidade estaria ligada a uma ideia de ruptura,
cuja base encontra-se nos acontecimentos históricos, políticos, estéticos,
sociais e culturais, a partir das décadas de 50 e 60 do século XX, época do
“boom” que se consolidou nos anos 70. Divulgou-se
para o mundo, resultado de um longo processo, que não pode desconhecer suas origens,
suas raízes européias e suas influências. Assim como a pós-modernidade não pode
negar a riqueza herdada dos grandes nomes que a construíram no meio dos anos de
chumbo das ditaduras militares, a falta de democracia, o peso da censura, as
perseguições e o exílio. Do Norte, os cubanos Alejo Carpentier, Lezama Lima, e suas
contribuições para o realismo maravilhoso e o barroco, respectivamente; os
mexicanos Juan Rulfo, chave do realismo mágico, o libertário e reflexivo Octavio
Paz, o revolucionário Carlos Fuentes. Do Sul, os argentinos Jorge Luis Borges,
Julio Cortázar, Manuel Puig, Ernesto Sábato. Na Colômbia García Márquez contribui
com Cem anos de solidão a dar
visibilidade à nossa literatura. Do centro não podemos esquecer o guatemalteco
Miguel Ángel Asturias. Vargas Llosa, o único ainda vivo de todos, projeta o romance peruano com estratégias
narrativas universais; como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Osman
Lins projetam as poéticas do Brasil. Do Chile José Donoso e Diamela Eltit quebram
a tradição de grandes poetas dando à narrativa um lugar de destaque
internacional, sendo a última uma autora que transita da modernidade à pós-modernidade e está na cúpula do novo século. Todos eles como parte de um espectro de autores, que nessas décadas desenvolveram uma consciência crítica
poderosa no estético, no social e político, ao lado de teóricos importantes
entre os quais destacam os uruguaios, Emir
Rodríguez Monegal e Eduardo Galeano, assim como o brasileiro Antonio Cândido. Isso tudo, em um rápido olhar no panorama
que antecede ao que hoje identificamos como contemporaneidade e que a partir
dos anos 90 toma o rumo da
democratização com a literatura pós-ditadura, na qual se registra a memória dos conflitos e das mudanças da globalização.
O Grupo de
Pesquisa Literatura Latino-americana Contemporânea do Programa de Pós-Graduação trabalhou no último
lustro na leitura, interpretação e discussão de autores que têm contribuído com
a renovação dos anos 2000 apesar das limitações do mercado e da falta de
traduções de português para o espanhol e vice-versa. Escritores como Roberto
Bolaño, Sérgio Santana, Fernando Vallejo, Chico Buarque, a própria Diamela
Eltit, por mencionar alguns, com seus discursos críticos, entre outros, tem instalado novos modelos narrativos, que
superam as expectativas literárias convencionais. O importante que podemos comprovar é que o
livro pese as incessantes ameaças de sua extinção continua vivo. E que, pelo
menos a nível acadêmico, todos são
factíveis de ser submetidos sob a lente rigorosa do pensamento pós-estrutural
europeu (Lacan, Foucault, Derrida) sem perder seus vínculos propriamente
latino-americanos. Dito isto, convidamos aos pesquisadores especialistas na
área para nos ajudar a criar o corpus desta vigente renovada visão do mundo, nas novas páginas da
Revista Cerrados.
Elga Pérez-Laborde
Elga Pérez-Laborde
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